Coronavírus: Por que não seguimos o exemplo da Coreia do Sul?

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Para evitar que a pandemia se espalhe pelo país, os políticos brasileiros vêm seguindo as ações de seus colegas europeus: fechamento de cidades e aeroportos, fechamento do comércio e, na Europa, aplicação de altas multas para quem sai à rua.

Essa postura vai de claro desencontro com a adotada pelo governo sul-coreano. O Vice-Ministro da Saúde da Coreia do Sul, Kim Gang-lip disse aos jornalistas:

“Sem ferir os princípios de uma sociedade livre e transparente, nós recomendamos um sistema de resposta que una participação voluntária do público com aplicação criativa de alta tecnologia.”

Ele ainda argumentou que ações tradicionais e coercitivas, como fechamento de cidades afetadas, tem seu lado negativo: mata o espírito democrático e aliena o público que poderia participar ativamente nos esforços de prevenção. Ele ainda completou: “Participação do público deve ser garantida através de franqueza e transparência”.

O contraste com a Itália é gritante: o país inteiro entrou em quarentena no dia 10 de março, leis duríssimas foram impostas, e mesmo assim os casos e mortes não param de aumentar. Inclusive com críticas de médicos à falta de transparência do governo. Pode-se dizer o mesmo dos outros países europeus. Limitar a liberdade sempre vem antes de assumir a responsabilidade.

A Coreia do Sul ainda utiliza várias tecnologias, como aplicativos e “drive-through” para realizar testes. Nem mesmo bloquear a entrada de turistas nos aeroportos foi necessário: quem chega passa por alguns testes, preenche um formulário sobre a sua condição de saúde e baixa um app no celular que acompanha caso tenham casos confirmados perto de onde você se encontra.

É claro que a atitude do governo sul-coreano está longe de respeitar 100% a propriedade privada. Ele utiliza e divulga dados de consumo de cartão de crédito e contas bancárias para mapear pessoas potencialmente infectadas, divulgando de forma anônima, mas que vem sendo duramente criticado porque em muitos casos é possível identificar as pessoas ao se cruzar as informações. A preocupação da população com a privacidade é grande.

Ainda é cedo para os sul-coreanos comemorarem. O próprio governo pede cautela: se a prevenção não continuar o número de casos pode voltar a crescer, especialmente se houver uma epidemia na região metropolitana de Seul.

Mas se a Coreia vem apresentando bons resultados, porque os países europeus, os Estados Unidos, o Brasil e boa parte do mundo vem preferindo seguir o exemplo de China e Itália ao invés da Coreia?

Porque é mais fácil. Organizar os cérebros e as tecnologias, atingir metas e objetivos, mensurar de verdade, obter os recursos necessários, tudo isso é muito difícil de se executar na prática e vem com um alto risco: se não der certo, vai ficar claro de quem é a responsabilidade e quem é o incompetente. É bem capaz de até perder a próxima eleição por causa disso (vide a postura do Trump).

Por outro lado, baixar leis dracônicas, restringir a liberdade dá uma boa sensação para a população de que o governante está fazendo alguma coisa. Veja bem: o importante é parecer que está fazendo algo, o resultado efetivo não é importante, porque não vai ser possível voltar no tempo e ver o que teria acontecido se ele tivesse assumido os riscos.

No fim, quando não der certo, ele pode dizer: “Bom, eu tentei, vocês viram que fizemos tudo que era possível, colocamos um monte de lei, mas infelizmente as pessoas são péssimas, são egoístas e não respeitam a lei. A culpa é da população”.

Muito mais fácil. Agora aplica isso à toda criação de leis e é possível entender como os políticos atrapalham o desenvolvimento da sociedade.

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