A Metodologia e a Epistemologia Austríaca – Parte I

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Neste artigo pretendo fazer alguns esclarecimentos e breves explicações de como a Escola Austríaca deriva seus teoremas econômicos, e como ela analisa os fenômenos sociais, bem como as críticas que ela tece para as demais formas e metodologias de análise social e econômica.

Primeiramente vamos entender como a maioria dos economistas neoclássicos e do mainstream costumam analisar a economia, bem como a metodologia usada para tal. Esses economistas acreditam que a economia, assim como as ciências físicas e químicas, começam seu estudo elaborando certas conjecturas ( proposições derivadas de premissas ou bases incertas ) hipotéticas para determinados fenômenos sociais e econômicos, isto é, apresentam hipóteses sem corroboração empírica, que tentam explicar tais fenômenos, e ao invés de serem consideradas “afirmações válidas” são simplesmente denominadas de hipóteses ainda não refutadas, pois qualquer evento ( por mais particular ou único que seja ) que se mostre contrário ou não correspondente ao que foi proposto por tal conjectura é o suficiente para que ela seja falseada.

Assim, vemos que a metodologia econômica neoclássica e a do mainstream se baseia em tentar aplicar um método científico as ciências econômicas, onde eles começam a testar certas teorias e analisar os dados quantitativos resultantes de um “experimento social”, e após isso averiguar se eles tem compatibilidade com a teoria proposta. Muitos deles assumem que isso não seria capaz de derivar afirmativas e proposições econômicas exatas e precisas, mas alegam que tal método é o mais eficaz possível, ou que chega mais próximo de explicar os fenômenos estudados.

Diferentemente dos economistas neoclássicos e do mainstream, os austríacos em sua maioria usam a praxeologia, um método de análise que se baseia num axioma auto evidente, tal qual parte da premissa de que “Humanos agem buscando fins valorados e utilizando meios escassos para tal”, e que a partir dela seria possível derivar logicamente todos os teoremas econômicos, como fez Mises em seu tratado “Ação humana”. Desta forma Mises tenta enfatizar que a economia é uma área de estudo apriorística, e não suscetível a testes empíricos, como muitos “economistas” pensam.

Ele justifica tal asserção afirmando que os fatores que influenciam a ação humana estão em constante mudança, tais como a preferência temporal e valor subjetivo estipulados a certos fins, e que por isso é impossível compreender e armazenar todas as determinantes dos fenômenos sociais em sua totalidade, fora o fato desses fatores variarem constantemente, impossibilitando o uso de um certo evento passado para explicar eventos presentes, ou tentar usá-lo para previsões, haja vista que todas as determinantes desse processo são mutáveis e efêmeras.

Então para que possamos explicar de forma válida os fenômenos que ocorrem na sociedade, é necessário um esboço teórico com consistência lógica interna, como a praxeologia, e não utilizar hipóteses e análises empíricas, pois assim estaríamos concluindo proposições de forma errônea, por mais convincente que tal método aparente ser.

Para finalizar é importante lembrar que as ciências sociais lidam com os chamados “fenômenos complexos”, isto é, fenômenos cujas propriedades e características podem ser exibidas somente por modelos compostos por um número relativamente grande de variáveis. Dado esta complexidade essencial dos fenômenos sociais percebe-se que é impossível tentar aplicar um estudo empírico-científico na economia, pois a ação humana não pode ser tratada pela causalidade como os fenômenos da natureza, e sim pela teleologia, pois sempre buscam um fim, e sendo assim, tal estudo deveria ser feito por uma teoria bem fundamentada.

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